Pesquisa feita pela consultoria QSM revelou que a Metodologia Ágil, criada em 2001 através do Manifesto Ágil, acelera em 50% o tempo para colocar um produto no mercado e aumenta em 25% produtividade da equipe.
Isso porque a formação de grupos multidisciplinares e autônomas dentro de uma empresa oferece uma alternativa atraente às estruturas burocráticas de comando e controle.
Um dos maiores desafios do processo de transformação que todas as empresas dos mais variados segmentos enfrentam é a capacidade de conceber, desenvolver e entregar novos produtos e serviços com mesma velocidade das mudanças que a solução demanda. E nesse contexto, o método ágil busca inovar a forma como equipes trabalham.
No contexto de equipes de tecnologia, por exemplo, é mais eficiente entregar versões de um produto de forma rápida, receber um feedback e reajustar conforme recomendações. Ou seja, durante o processo de desenvolvimento de alguma solução, o cronograma de entregas é fragmentado em etapas mais curtas. Assim, o produto final já teve diversas versões melhoradas, conforme sua usabilidade. Mas como o método pode se relacionar com a gestão pública?
O sistema público possui muitos entraves, principalmente no âmbito da burocracia em licitações e prazos. O resultado disso é que muitos gestores não conseguem fazer um planejamento adequado que levaria em conta informações relevantes para a tomada de decisões. Nesse contexto, empresas de tecnologia estão em constante evolução para oferecer produtos e serviços que visam facilitar procedimentos em diversos órgãos públicos.
A GOVBR, maior empresa privada no segmento de soluções para a gestão pública, presente em mais de 600 órgãos públicos do Brasil, aplica a metodologia em sua rotina, conforme explica Rafael Targino, Agile Coach na GOVBR e co-autor do livro Jornada Ágil de Produto.
“Utilizamos os métodos Scrum e Kanban desde 2016 e foi vital para fazer frente a todos os desafios, principalmente na entrega de valor ao cliente, trabalhando em ciclos de 2 a 3 semanas, sempre discutindo melhorias de acordo com o feedback”.
No Scrum, os projetos são divididos em ciclos, geralmente mensais, chamados de “sprints”, que representa um conjunto de atividades deve ser executado no tempo determinado.
Já o Kanban o objetivo é gerenciar de maneira geral como as tarefas são concluídas. As principais vantagens dessa metodologia é que ela é muito fácil de usar, atualizar e assumir pela equipe. Além disso, destaca-se por ser uma técnica de gerenciamento de tarefas muito visual, que permite visualizar rapidamente o status dos projetos, bem como orientar o desenvolvimento do trabalho de forma efetiva.
Um exemplo citado pelo especialista é o Sala de Situação, projeto desenvolvido usando os princípios ágeis, no qual gestores públicos precisavam de ferramentas baseada em dados. A solução começou no conceito de MVP (Produto Viável Mínimo) e, a partir disso, a GOVBR desenvolveu a primeira versão. Quando houve feedback positivo, foram lançadas novas versões e hoje se consolida na sexta versão em menos de 1 ano de projeto.
De acordo com ele, entre os maiores ganhos, tanto para a empresa quanto para o cliente, estão: entregas frequentes, feedbacks, melhorias, colaboração e engajamento e produtos cada vez mais assertivos.